O dia
13 de março de 2013 é histórico para a medicina de Caçador. Foi nesta data que
aconteceu o primeiro transplante realizado no município. Márcio Joel Ferenc, 44
anos, recebeu uma córnea no olho direito e já teve alta no dia seguinte. O procedimento cirúrgico foi realizado no Hospital Maicé
e teve duração de aproximadamente duas horas sob responsabilidade da médica
oftalmologista Joyce Kuntz Riffel, com apoio de um médico auxiliar, anestesista
e enfermeira.
Segundo a médica, a cirurgia ocorreu dentro da
normalidade. “Tudo ocorreu bem para nossa felicidade e do paciente. Acredito
que esse transplante é um marco para Caçador, porque abre as portas para a
realização de outros”, disse.
Ao chegar em Caçador, onde mora há um ano e sete meses, Joyce
trouxe o conhecimento e a experiência de ter realizado mais de 200 transplantes
de córnea. Ela estudou e se especializou em Sorocaba, cidade paulista que é
referência nessa área da medicina.
A médica conta que até então em Caçador eram realizadas
pequenas cirurgias de olhos, e que o hospital Maicé demonstrou interesse em
realizar o transplante.
“O processo para viabilizar o transplante durou mais ou
menos um ano. Uma equipe veio de Florianópolis par analisar todas as condições
e dar o aval. Inscrevemos o paciente na fila de espera de transplantes de
córnea no final de novembro do ano passado e agora ele foi chamado”, explicou
Joyce.
Ainda de acordo com a especialista, a córnea veio do
banco de olhos de Florianópolis e o doador não pode ser identificado.
Necessidade de transplante
Joyce afirma que são várias as doenças que podem causar a
necessidade de um transplante de córnea, mas que a indicação para o
procedimento só acontece quando não há outra opção.
“No caso desse paciente ele tinha ceratocone avançado,
que é um aumento da curvatura e afinamento da córnea, em grau elevado
prejudicando a visão. Ele tem a doença em ambos os olhos, mas o problema se
manifestou de forma intensa no direito. A pessoa não consegue usar óculos, nem
lente de contato, nem anel corneano e não tem cirurgia para corrigir”, explicou
a especialista, que neste caso indicou o transplante.
Márcio descobriu o problema de visão aos 25 anos numa
consulta em Pato Branco, mas somente há cinco anos, por recomendação da empresa
onde trabalhava como operador de máquina, começou um tratamento mais específico
que resultou num transplante.
“Há 20 anos a ideia de fazer um transplante assustava um
pouco. Aí no ano passado o doutor Joran Seiko Aguni me falou da doutora Joyce e
como é uma médica bem experiente eu resolvi optar por fazer”, disse Márcio, que
ficou surpreso com a rapidez desde que se inscreveu na fila de transplantes até
ser chamado.
Todo procedimento foi realizado pelo SUS, sem custos ao
paciente. “Achei que ia demorar uns 2 ou 3 anos, fiquei surpreso quando me
ligaram. Agora estou muito feliz e mesmo recém operado já consigo enxergar
melhor. Quero agradecer a toda equipe médica e ao hospital que me trataram
muito bem”.
“Acredito que o fato desse transplante ser realizado em
Caçador ajuda muito a outros pacientes daqui a optarem por fazer. Pois além da
cirurgia em si, há outros procedimentos pré-operatórios, e se forem em outra
cidade é tudo mais difícil”, conclui Joyce.
O paciente vai continuar sendo acompanhado pelos médicos,
pois em todo transplante há risco de rejeição. Segundo a médica, outros
pacientes já têm indicação de transplante e poderão realizar o procedimento em
Caçador.
Fonte: Site CAÇADOR ONLINE (Texto e Fotos).
Acesso em: http://www.cacador.net/portal/Noticias.aspx?cdNoticia=21878&cdNoticiaDivisao=2